Quando
comprei a Daytona 125cc, pensei que estaria a dar um passo maior que a perna.
Eu
nunca tinha andado de mota (em caracter de permanência), e estava a atirar-me
para uma viatura do tipo Chopper, ou seja, muito old school, em que o condutor
está extremamente alongado e a mota é mais pesada que o normal, o que requer um
equilíbrio e esforço maiores do que se tivesse outro desenho e outra ergonomia.
Para
além de tudo isso, era aquela com a qual mais me identificava, e assim
continuei 3 anos, sem acidentes, sem problemas, sem ficar apeado e sem queixas
relativamente à minha montada. Esteticamente tinha tudo o que gosto, estrutura
baixa, pneu traseiro mais grosso que o dianteiro, estabilidade e conforto que
bastasse e muita margem de manobra para personalização. Contudo, a sua
capacidade de carga e de resposta deixava muito a desejar, cedo ganhou a
alcunha de “Magricela”.
A
sensação de ser muito “magrinha” surgia e o sonho de um dia arranjar uma outra
que realmente fosse mais “Cavalona” foi aparecendo. Uma mota capaz de atingir o
objectivo de poder viajar (sozinho ou acompanhado), muito para além do
objectivo inicial de só me levar (a custo), para o trabalho e para casa. É
linda mas pouco capaz de suportar o meu peso e as necessidades que foram
surgindo.
Afinal,
não se tratava de uma simples viatura de transporte entre a Residência e o
Local de Trabalho, passou a ser uma ferramenta imprescindível de deslocação
dentro e fora de cidade.
E
então chegou a OPORTUNIDADE. Com muita alegria minha, chega a oportunidade de
aquisição de uma viatura mais possante… nunca pensando eu que iria ser tão
marcante a mudança.
Foi
então que no meio de diversas procuras, diversos telefonemas e umas quantas
horas atrás do PC, que a minha Esposa encontra a candidata perfeita -Local: Loulé – Preço: Perfeito – Condição
da Mota: De Sonho – Características: Muito Melhores do que aquilo que eu
pretendia.
Surge
uma SUZUKI INTRUDER C800, muito estimada, quase a estrear, uma oportunidade que
logo foi agarrada: 4-stroke, 2-cylinder, Liquid-cooled, OHC,
45º V-twin , 805cc, 50hp/36.4k @ 6500rpms, 65Nm @ 5000rpms.
Requeria
uma viagem até Loulé (270kms), uma forma de transportar a mota e alguém que
ajudasse nessa tarefa… e é aqui que entram os amigos. Uns que eu não posso
referir e outros como o Marco Santos da KustomVille Customs, que me acompanhou
nesta viagem. Fizemos
a viagem durante a noite, chegados pelas 0h00 e as 1h00; dormimos na camioneta
(por causa de um cliente e amigo, que se deixou dormir e não ouviu o telemóvel,
tirando-nos assim a possibilidade de alojamento, comida quente e bebida fresca Hahahahahah);
montámos a burra na carrinha (curiosamente junto de uma Escola Hípica); fizemos
a viagem de volta... E fica assim o nome “Cavalona” a deixar de ter cabimento,
visto que a ligação afectiva à máquina (Ferro, na gíria motard), mudou muito e
fez criar a necessidade de algo mais afectivo, mais feminino, mais “fofinho”.
E
espero encontrar-vos por aí nas estradas com a Bra-ZUKI (uma mistura entre a
Matricula da viatura e a palavra SUZUKI). ;)