sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A-B-C do Bom Coordenador - Reavivar velhas divagações

A-B-C do Bom Coordenador

15 de Janeiro de 2010 às 23:31
Tenho andado a rebolar este texto na minha cabeça, há meses.
Com a experiência que tenho tido a nível de Coordenadores (tanto do lado de dentro como do lado de fora), achei que seria interessante o Ministério da Educação criar um manual de boas regras para orientar os(as) senhor(as) Coordenadores(as) dessas Escolas do País, que por vezes “aterram” nestes cargos e metem mais os pés pelas mãos que outra coisa.

1º Ponto (talvez dos mais importantes) – O bom Coordenador, não deve basear a sua personalidade e a estimulação do seu ego, no facto de ser Coordenador e de ter o direito de tomar decisões.

2º Ponto – Nas reuniões de Coordenação, o bom Coordenador, não deve veicular a sua necessidade de ser ouvido, monopolizando as reuniões com as suas histórias e suas experiências, como que para provar que é merecedor do cargo. Numa reunião, quem fala demais, chega ao ponto de falar sozinho e quase ser ignorado pelos restantes. Uma voz demasiado ouvida, é como martelo pneumático que passa a ser ruído em vez de algo que mereça real atenção.

3º Ponto – O bom Coordenador, não deve ir para reuniões de Coordenação despreparado e sem noção dos assuntos de serão abordados. Deverá estar bem orientado, e ter organizado e estruturado alguns pensamentos sobre os assuntos a abordar, em vez de improvisar na hora e tentar soluções de recurso.

4º Ponto – O bom Coordenador, deve criar canais de comunicação bem visíveis e ter a certeza que os utiliza para que as informações lhe cheguem na perfeição e partam dele com a maior facilidade possível.

5º Ponto - O Coordenador decente NUNCA chama de incompetentes os seus colaboradores e nunca afirma que os seus trabalhos não prestam ou são "nada". O respeito pelo trabalho, pelas capacidades alheias e pelos indivíduos em si, deverá sempre ser tido em consideração, de forma a não provocar possíveis bloqueios em futuras tarefas e a manter um bom ambiente entre pares. Por vezes a necessidades de desmerecer os seus colaboradores resultante de um "ponto 1" mal atingido.

6º Ponto – Normalmente a verdade tem diversas versões, o bom Coordenador deve ter a certeza que ouve o máximo de versões possíveis, para não ficar com ideias erradas e “monogâmicas” sobre um qualquer assunto. Concentrar o veiculo de informações num só elemento, por vezes, provoca distorções graves na informação recebida.

7º Ponto – O excelente Coordenador, não deve deixar absorver-se por sentimentos de orgulho, de vingança, de inferioridade, de incompetência ou de algum qualquer trauma, que o levem a tentar abater ou prejudicar elementos da sua coordenação, que demonstrem mais capacidade do que ele próprio. Um cargo de autoridade e hierarquia superior, deve ser absorvido com o máximo de respeito e de sensatez possível.. tanto a nível interno/individual como a nível externo.


Sobretudo um Coordenador consciente, deve ter sempre em consideração que “O que sobe, tem de descer… e pode sempre CAIR.”

quinta-feira, 29 de maio de 2014

BE FORMLESS



Once a great man said: "Be like water, my friend..." in the case of a Teacher or of a Leader, we can never preconceive any ideas until we are sure to have listened to your team, to your staff, to all the intervenient that can give a good input on your choices. But then, we must BE OURSELVES... people that try to be someone else, can´t maintain a different persona for long.
That’s why we must be water. If we have to flow, we flow, we continue with whatever obstacle we find and BECOME the way, BECOME the route to overcome the obstacles and the problems… but if we must crash, we will have to crash and bring it down with force.

Whenever I talk about Martial Arts, most people ask me about which Dan and which Belt was I in. And this happens especially about Karaté. Most of these people unknowing that in Capoeira there’s also different cords (not a bet, but cords with different colors to show your level), in KravMaga there´s the school symbol with different colors, and so on. This is to say, that in each Martial Art there’s a differential between the level of the student or of the master.
In my life, I never had been interested in achieving the top of any martial art. Never had the dream of culminating any of the many, many, many interests I’ve came across. Why? I got bored too soon, I try to live the most of the things I try, I concentrate in absolving as much as possible almost in a sick kind of way… I breath, I eat, I dream of that thing, until it comes repetitive over and over and over again, so I understand there´s nothing new to give me… just consistency. Doing the same thing someone invented a millennium ago, was not my objective, though I respect the effort it takes to evolve in Karate and in other Martial Arts that live that way.
In Martial Arts and in most things in life, if you want to be THE BEST, or if you aspire, or need to be THE BEST, you need consistency. You need the have a plan. You need to maintain your objective, your goal and never back down. The objective must be so powerful in your life, so overwhelming that will give you strength to continue and to prevail. Personally, I never found one. Never found something so gigantic inside of me that would erase all else.
Which was what most of times, happened to me. I loved Karate, until the day I was in a Karaté match with someone better than me. He won. I saw my mistakes, and got to the conclusion that there was no way for me to get better at that point. I got unsecure/unsure with my knowledge about Self Defence. One touch was one Ippon. I could take that Ippon and continue fighing… which was strange. It’s very difficult to take down someone, with one touch like that. So I tried Capoeira (the only Martial Art I got my hands on, in such short notice…).
Capoeira brought me another difficulty. In my opinion too much equilibrium was at stake, if you fell down once, you had a problem. And you had to be physically fit all the time. And training a lot, and having a group of friend, and so on.
Then came MuayThai and Boxe (same teacher in both classes), in Gracie Barra Lisbon. This kept my interest for over 2 years, not because I was learning new things, but because it was fun to hit that hard and good for letting out steam and stress. Now we had a hard hitting, hard defending, stable stance style that could make me feel somewhat secure about how to defense myself without putting me in more harm’s way. But still, it was made for ring fighting, not street, not everyday problems, but great fun and great challenge.
That was when Krav Maga came to action. My favorite for over a year, and made great friends specialized in Krav Maga… It had it all: hard hitting, hard defending, sometimes simultaneously… great stance, great equilibrium, great common sense… in MY opinion the BEST way to feel secure in the streets.
NOW I’m doing my first steps in a newer style/method of Personal Defence… KEISY. Not a style for military situations, nor security… I´m not going to talk about it right now, not my objective at the moment. My idea is to concentrate the effort on having NO SHAPE.
IT’s very difficult to live this philosophy. I’m having difficulties myself… the shapes of “my kind of professional work” or “the best type of teacher” or “what is expected”, is a very difficult obstacle to FLOW with.  

I shall try to talk more about the way Martial Arts and Professional Life can conciliate one with another... philosophically speaking.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Uma história muuuuito antiga PART2

(Parte2)
Em tempos que as crenças e as lendas, tinham força e iam longe. A fama do rapaz que lutava com uma foice nas mãos, e que parecia invencível, foi-se espalhando e multiplicando.
Os vários Lordes falavam entre si sobre aquele lavrador que era imperativo em terreno de combate. Até que um mais afoito decidiu convida-lo para ser seu escudeiro ser instruído nas técnicas de combate.
A família do rapaz passaria a ter um tratamento especial, sem pagamento de impostos, sem pagamento de feudo, cada vez mais a poder tornar-se uma família quase de nobres.
Os anos foram passando e o rapaz foi crescendo e tornando-se cada vez mais, um temível guerreiro... Sempre com a sua Gadanha, com a sua Foice como arma preferencial.

Mas se entre amigos era um herói e desejado como companheiro de batalha, entre os adversários era o alvo preferencial, temido, odiado e cada vez mais desejada a sua morte, foram-se multiplicando as escaramuças e tentativas de assassinato. Foi num deste combates que sua própria vida foi finalmente ceifada... E É AQUI QUE COMEÇA A NOSSA HISTÓRIA, no leito de morte, deste rapaz sem nome..."


TWITTER ACCOUNT

https://twitter.com/Pharoyar

terça-feira, 8 de abril de 2014

Uma história muuuuito antiga (parte1)

Antes de mais, gostaria de explicar que esta história ou estória, veio-me durante os tempos de 10° ano de escolaridade e foi evoluindo, graças a Professoras de História que instalaram-me a vontade de pesquisar e aprender das provas escritas que temos e juntar vários conhecimentos diferentes sobre uma mesma época (na altura não havia tanta net como agora). A banda desenhada resultante desta ideia e deste guião, foi sendo feita durante anos e anos até finalmente parar, com o início da minha vida profissional. 
Vários anos torrei tempo, esforço e chatices com meus pais por "perder" tempo nas minha bandas-desenhadas...

"Hoje em dia, os tempos históricos são estudados por Eras: a Era das Cruzadas, a Era da Reconquista Cristã, a Era da Peste Negra, a Era desta ou daquela guerra entre este ou aquele Rei e estes ou aqueles grupos rivais. Mas naqueles tempos em que essas "Eras" eram vividas e vivenciadas, os indivíduos não tinham noção que a sua vida seria estudada mais tarde, nem que seus ossos seriam exumados para serem escrutinados, descoberta a sua ultima refeição, criadas hipóteses sobre as mazelas deixadas pelo seu trabalho diário ou as doenças que afetaram aquele corpo.

É numa dessas "Eras", que nasce um rapaz, muito pouco extraordinário. Nascido do povo, numa família que lutava para se fazer merecedora do seu terreno feudal. Uma luta constante para fazer frutificar a porção de terra que lhe tinha sido entregue para trabalhar. Uma porção de terra que lhes seria retirada se não fossem atingidos os mínimos propostos pelo senhor feudal.
Por estes fatores todos, muito cedo esse rapaz SEM NOME, familiarizou-se com as ferramentas de trabalho, nomeadamente uma foice, que o rapaz cedo personalizou para melhor servir os seus objectivos. Contudo, com o tempo e com as cada vez maiores agressões de senhores feudais vizinhos, houve a necessidade de se resolver as disputas com guerras e lutas entre senhores... Nobres de berço, que exigiam aos seus subalternos a fidelidade de quem não tinha para onde ir, nem onde se refugiar daquelas agressões. As escaramuças foram sendo vencidas e de entre os lavradores que lutavam lado a lado com os nobres e os cavaleiros daquele território, um rapaz ia sobressaindo, da forma como empunhava a sua foice para ceifar vidas inimigas. Os nobres ofereciam-lhe as melhores espadas e as melhores lâminas... Mas ele usava-as para voltar a construir outras foices mais e mais funcionais, mais e mais destrutivas nas suas mãos.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Existe o Professor do 1º e existem os outros

Não sou um "gajo" erudito, tal como se consegue perceber pela forma de escrever e pelos meus rasgos de retórica, mas posso dizer sem grande pretensões, que vou fazendo o melhor que sei e posso no meu dia-a-dia de trabalho. Curiosamente, cada vez a ter diálogos com pessoas que me contrariam na minha maneira de pensar, afirmando que o "Eu" deveria estar mais e mais em primeiro lugar, do que a missão que eu penso que devo cumprir na vida de outros.

Por vezes, ouço barbaridades ditas pelas pessoas, relativas ao trabalho dos Professores, umas com razão, outras sem razão, mas uma grande maioria sem a mínima noção do que é o dia-a-dia de um Professor dentro da sala de aula com os alunos de hoje, nem o tipo de trabalho que nos aparece à frente. Não estou a falar do trabalho que nos é comandado pelas chefias, porque normalmente esse trabalho é burocrático, redundante e somente cansativo, sem qualquer valor para a vida dos alunos, a não ser para as próprias chefias que ficam satisfeitas lá nos seus gabinetes, "lendo" se nós cumprimos ou não as tarefas emanadas pelos verdadeiros "eruditos" (e muitas vezes pedindo também os resumos, para não terem de ler tanto).

Já tive diversos exemplos de pessoas que só depois de se sentarem numa sala de aula durante um dia inteiro ou pelo menos meio dia de trabalho é que mudam de opinião em relação ao nosso trabalho. E quero enfatizar bem na parte do "dia inteiro" e no "meio dia de trabalho". Os alunos têm uma enorme capacidade de se moldarem à "visitas", comportando-se de uma certa forma (teoricamente a forma "esperada" pelos visitantes), até um certo ponto, a partir do qual se esquecem e começam a ser eles mesmos.

As pessoas pensam que a sala de aula e o ambiente dentro de sala de aula ainda é o mesmo de no nosso tempo de infância, em que ficávamos quietinhos e caladinhos no nosso lugar sem importunar a Professora., mas há muito tempo que já não é assim.

Sem duvida que a nossa função continua a mesma, ou seja, a de receber as crianças, vindas de casa ou vindas do Jardim de Infância e prepara-las para serem recebidas pelos 8 (ou mais), Professores do 2º Ciclo... Contudo o nosso peso na vida da criança não continua o mesmo. E os alunos, esses também mudaram muito, estes é que não continua os mesmos.

Eu sempre disse e continuo a dizer que, podemos tirar um Professor de Matemática, ou um Professor de Geografia ou um Professor de Português no 2º ciclo ou no 3º ciclo ou no Secundário, que normalmente só estão 1 ano com os alunos, mas se tirarmos um Professor de 1º Ciclo, ficamos com um buracão enorme na vida evolutiva daquele indivíduo. Porque aquilo que lhes temos para dar e aquilo que lhes iremos incutir para a vida futura, poderá ter um peso monumental na sua criação pessoal, individual e social. Nós é que realmente formamos as pessoas que os alunos serão dali para a frente, podendo eles mudar muito pouco ao longo da vida, a não ser por traumas gritantes. 
Durante os meus anos de trabalho vi muito poucas mudanças radicais de alunos no 2º e 3º ciclo (a não ser, para pior por influências externas à escola), mas de resto, as mudanças radicais são só físicas e pouco pessoais. 
Obviamente que as mudanças físicas da puberdade, vão surtir os seus efeitos, a rapariga feinha que se torna atraente ou o rapaz escanzelado que muda de corpo na puberdade, mas isso já é conversa para outro tema, outro dia de Blog.

E é claro que qualquer pessoa tem o direito a discordar comigo e apresentarem-me Estudos Científicos (que é sempre a conversa que me trazes esses Estudiosos de gabinete), que contrariam maneira de pensar dos outros baseados nos Estudos Científicos que leram... Mas se isto fosse um Blog Científico, certamente não se chamaria o "Remando Na Maré" do Pharoyar. Aqui falo do que vivo e não do que OS OUTROS estudaram. Não sei até que ponto consigo valorizar estudos feitos por pessoas que (algumas delas), só fazem estudos para ter o seu Mestrado e receberem mais umas patacas por mês ou Reais Estudioso que vivem da curiosidade de perceber realmente o mundo à sua volta (mas também esses, normalmente não vivem o dia-a-dia, com os "sofrimentos" que um "mero" Professor vive - mas isso já é conversa para MAIS OUTRO TEMA).

Pondo tudo isso de lado, a influência de um Professor de 1º Ciclo é de importância fulcral na vida de um aluno, de um indivíduo. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Desabafo do dia . . .

Já desde o tempo de ABEL e CAIM, que concluímos que 1 em cada 2 seres humanos, é corruptível. O que vai ao encontro da frase: "Anda meio mundo a roubar o outro meio."


E o pior é que por causa disso, uns sobem na vida e outros não, e o castigo, obviamente não será nesta "Vida", pois como está escrito: "este mundo jas no maligno". Podem andar uma vida inteira e nunca passarem pela aflição do castigo, da incerteza, da desprotecção. 


 ESSES estão-se borrifando para isso, porque só os Cristãos acreditam em Inferno, só os Hindus acreditam em Karma, só os budistas Tibetanos acreditam em Reencarnação e certamente não fariam certo tipo de coisas. 


Logo, assim se conclui que quem o faz, acha-se sem direito a castigo, sem direito a compensação pela sua maldade e ruindade, sem o direito a pagar os seus pecados, talvez por não terem a capacidade pessoal da empatia, do bom senso, do sentido de justiça, nem a educação Moral suficiente, para saber que o que faz é ASQUEROSO, VERGONHOSO E REPROVÁVEL!


E assim se vai vivendo neste Mundo, neste País, e nestes sítios por onde ando e vivo... Deprimente, irritante, revoltante, enraivador, e tantas outras palavras que apetece inventar só para demonstrar o que se sente. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

E o que é ser Professor?

O que é ser Professor?

No meio da fabricação e "agrafamento" de fotocópias dos testes de Estudo do Meio, Matemática e Língua Portuguesa, foi surgindo este texto. A ideia de escrever uma nota sobre aquilo que aqui estamos a fazer na Escola de hoje em dia.

Eu ainda cheguei a tempo de ver uma Escola com batas brancas, onde todos os alunos e professores se vestiam de igual forma, pelo menos por fora. Com a bata branca todos se tornavam iguais (pelo menos aos olhos da sociedade, que ao longe gostava de as ver, todas branquinhas, embora ao perto notavam-se logo as batas encardidas, as batas remendadas, as batas queimadas da lixívia e as outras, branquinhas e com ar de novo). Batas brancas sempre comandadas por uma Bata branca maior, que com seu ar aristocrático, verificava o correcto comportamento dos seus pupilos, sempre segura da sua autoridade e do respeito que lhe era merecido ou ganho "a punhos" (ou melhor, a reguadas). Numa época que o Ensino era quase um luxo; em que muitos pais o viam com a porta saída dos filhos para uma vida melhor; em que o ordenado de Professor, mesmo não sendo muito, lhe dava uma vidinha desafogada e com um nível que lhe fazia jus à tarefa que tinha ... "Salvar a vida, culturalmente."

E Hoje...
Hoje, temos os alunos com as suas PumaNikeTimberlandAdidasAllStar que logo os tornam nos heróis ou nas presas preferidas, dos seus colegas. É essa a valorização social das pessoas de hoje em dia, é nisto que se vai crescendo os indivíduos de hoje. Eu ainda pensei que fosse um mal de crianças ou Pré-adolescentes, mas agora já vejo que até os Universitários, andam com a pancada de pertencer só se tiver iPhone4 branco (porque iPhone5 é brega).

Mas voltamos aos Professores: Esses Professores com imagem desgastada, quase mendigando atenção dos alunos para conseguir cumprir as metas propostas pelas Direcções de Escola, que por sua vez alegam não ter escolha e que têm de cumprir as exigências do Ministério. Estes agora "pobres coitados" da sociedade, continuam com os mesmos ordenados de há 10anos atrás, com vidas hipotecadas por erros políticos e financeiros. Planos de futuro estragados, planeamentos de vida deitados no lixo. Ordenados em que agora querem descontar mais 10%. 
Por vezes quer-me parecer que agora a estratégia dos Políticos é diferente: "Já que eles não emigram, vamos tirar-lhes o ordenado, tirar a capacidade de pagar as suas dívidas, para não conseguirem pagar as casas, nem os seus investimentos de futuro, nem a comida do dia-a-dia e assim fogem para fora do pais, ou largam o Ensino à força por créditos mal-parados e tudo mais." 

Ao olhar para estas fotocópias, para os testes que ainda vou ter de corrigir, fico a pensar nisto tudo.
Das horas a mais que PERCO em reuniões sem resultado e sem lucro plausível para o meu trabalho. Das horas extraordinárias que ninguém paga mas que, pelo contrário nos DESCONTAM se faltarmos. Das injustiças que vemos acontecer e que a própria INSPECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO defende e ampara, demonstrando que a sua função não é proteger nem os alunos, e ainda menos os professores... Os tropas estão cansados e não há quem os defenda. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A proliferação das Artes Marciais



Hoje, enquanto ia ao carro buscar umas coisas, aproveitei para levar as minhas calças de treino de KravMaga (as únicas em bom estado de se apresentar na rua), e cruzei-me com um vizinho que saia da sua carrinha (a fazer publicidade da escola de Capoeira onde ele ensina), e mais abaixo cruzo-me com um moço brasileiro que anda sempre com as suas tshirts de Jiu-jitsu.
Tudo isto fez-me pensar, ao ponto de montar na minha mente mais uma divagação suficientemente elaborada para “Bloggar”, quase sem precisar de esforço.

No local onde leciono, tenho alunos que praticam Artes Marciais (Jiu-jitsu, Taekwondo e Capoeira), tenho alunos que são simplesmente Rufias e que só sabem bater, tenho os que tentam aprender o máximo de cada um (criando o estatuto de “Aluno Beta”, como já falei em tempos), e temos todos os outros alunos “vítima” ou “Omega”.

No meu tempo de juventude, tínhamos o Mestre de Karaté (Wado-Ryu), que chegou à localidade com outro Mestre (que mais tarde veio a ser o meu mestre de Wado-Kai), e que começam a ensinar o “KARATE” à criancinhas da localidade. Primeiro no INATEL, mais tarde na CASA DO POVO e por fim na SOCIEDADE FILARMONICA CARTAXENSE… foi assim durante anos. Inclusivamente, tive amigos meus que foram até ao Cinturão Negro e outros Castanho tendo começado já depois de eu sair (por desistência). Já naquela altura eu tinha curiosidade em experimentar, mas não havia mais nada por aqueles lados, a não ser a oferta de aulas de Karaté (era isso ou danças de salão, hehehe).

 Passaram estes anos todos e para além do Karaté Wado-Ryu, do Karaté Wado-Kai (um no Cartaxo e outro em Santarém), da Capoeira, do MuayThai, do KravMaga e um ou outro seminário em Keyshi, as ofertas ficaram cada vez mais à mostra (e só não testei Jiu-jitsu porque o kimono era muito caro e não compensava, se a ideia era só experimentar e perceber as bases).

Após todas estas décadas que se passaram deste o tempo em que tentava fazer a espargata como o VanDamme, fazer alongamentos de costas como o BruceLee, ter o estilo de serenidade do ChuckNorris e a posição de combate do SteveSegal, agora temos qualquer individuo (com boa ou má índole), a saber qualquer coisa sobre Artes Marciais:
- O Assaltante que saiba Artes Marciais, já fica a saber que a arma mais perigosa/poderosa fica para trás, e para a frente só vai o braço mais “fraco”, mantendo-se o máximo possível a longa distância da Vitima;
- O Assaltado já sabe que tem de manter a calma, parecer inofensivo e pacífico, para esperar o melhor momento de surpreender o seu atacante e impedir a concretização do acto;
- Qualquer Agente da Autoridade que vá resolver uma situação fica cada vez mais ciente que a pessoa que vai algemar, pode saber reverter um ArmLock e coloca-lo numa posição complicada de resolver;
- E as crianças, cada vez mais vão testando as suas capacidades umas nas outras… Porque a quantidade de DOJOS e de ESCOLAS e de GINÁSIOS (onde uma Arte Marcial vai de oferta, na compra de “X” horas de musculação e de cardio),  que não significa propriamente que está a ser feito pela pessoa com a melhor Filosofia de vida, nem a melhor Capacidade e Experiência, que um mero “diploma” adquirido de outro “diplomado” que fez uma formação no sitio “Y” que lhe deu o direito a “diplomar” outros, pior do que isso, POR DINHEIRO e como meio de SUBSISTÊNCIA.  Acaba-se aquela ideia romântica do Miyagi, que só ensinava a QUEM ele achava que merecesse e a QUEM ele achasse que precisasse (e como pagamento tinha o carro encerado e o chão afagado). 

Basta abrir o Youtube e ver o que anda por aí a ser vendido. Que aos olhos das pessoas inexperientes e sem noção do que é a realidade nas ruas, pensa que realmente as coisas acontecem assim… Se por um lado, temos muitas Artes Marciais, mais variadas e com mais Escolas, por outro lado, temos mais charlatanices, mais gato-por-lebre, a ensinar coisas perigosas a pessoas perigosas, ao mesmo tempo que ensina fantochadas as pessoas crentes.

Rádio Orbital - Online