terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Desabafo do dia . . .

Já desde o tempo de ABEL e CAIM, que concluímos que 1 em cada 2 seres humanos, é corruptível. O que vai ao encontro da frase: "Anda meio mundo a roubar o outro meio."


E o pior é que por causa disso, uns sobem na vida e outros não, e o castigo, obviamente não será nesta "Vida", pois como está escrito: "este mundo jas no maligno". Podem andar uma vida inteira e nunca passarem pela aflição do castigo, da incerteza, da desprotecção. 


 ESSES estão-se borrifando para isso, porque só os Cristãos acreditam em Inferno, só os Hindus acreditam em Karma, só os budistas Tibetanos acreditam em Reencarnação e certamente não fariam certo tipo de coisas. 


Logo, assim se conclui que quem o faz, acha-se sem direito a castigo, sem direito a compensação pela sua maldade e ruindade, sem o direito a pagar os seus pecados, talvez por não terem a capacidade pessoal da empatia, do bom senso, do sentido de justiça, nem a educação Moral suficiente, para saber que o que faz é ASQUEROSO, VERGONHOSO E REPROVÁVEL!


E assim se vai vivendo neste Mundo, neste País, e nestes sítios por onde ando e vivo... Deprimente, irritante, revoltante, enraivador, e tantas outras palavras que apetece inventar só para demonstrar o que se sente. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

E o que é ser Professor?

O que é ser Professor?

No meio da fabricação e "agrafamento" de fotocópias dos testes de Estudo do Meio, Matemática e Língua Portuguesa, foi surgindo este texto. A ideia de escrever uma nota sobre aquilo que aqui estamos a fazer na Escola de hoje em dia.

Eu ainda cheguei a tempo de ver uma Escola com batas brancas, onde todos os alunos e professores se vestiam de igual forma, pelo menos por fora. Com a bata branca todos se tornavam iguais (pelo menos aos olhos da sociedade, que ao longe gostava de as ver, todas branquinhas, embora ao perto notavam-se logo as batas encardidas, as batas remendadas, as batas queimadas da lixívia e as outras, branquinhas e com ar de novo). Batas brancas sempre comandadas por uma Bata branca maior, que com seu ar aristocrático, verificava o correcto comportamento dos seus pupilos, sempre segura da sua autoridade e do respeito que lhe era merecido ou ganho "a punhos" (ou melhor, a reguadas). Numa época que o Ensino era quase um luxo; em que muitos pais o viam com a porta saída dos filhos para uma vida melhor; em que o ordenado de Professor, mesmo não sendo muito, lhe dava uma vidinha desafogada e com um nível que lhe fazia jus à tarefa que tinha ... "Salvar a vida, culturalmente."

E Hoje...
Hoje, temos os alunos com as suas PumaNikeTimberlandAdidasAllStar que logo os tornam nos heróis ou nas presas preferidas, dos seus colegas. É essa a valorização social das pessoas de hoje em dia, é nisto que se vai crescendo os indivíduos de hoje. Eu ainda pensei que fosse um mal de crianças ou Pré-adolescentes, mas agora já vejo que até os Universitários, andam com a pancada de pertencer só se tiver iPhone4 branco (porque iPhone5 é brega).

Mas voltamos aos Professores: Esses Professores com imagem desgastada, quase mendigando atenção dos alunos para conseguir cumprir as metas propostas pelas Direcções de Escola, que por sua vez alegam não ter escolha e que têm de cumprir as exigências do Ministério. Estes agora "pobres coitados" da sociedade, continuam com os mesmos ordenados de há 10anos atrás, com vidas hipotecadas por erros políticos e financeiros. Planos de futuro estragados, planeamentos de vida deitados no lixo. Ordenados em que agora querem descontar mais 10%. 
Por vezes quer-me parecer que agora a estratégia dos Políticos é diferente: "Já que eles não emigram, vamos tirar-lhes o ordenado, tirar a capacidade de pagar as suas dívidas, para não conseguirem pagar as casas, nem os seus investimentos de futuro, nem a comida do dia-a-dia e assim fogem para fora do pais, ou largam o Ensino à força por créditos mal-parados e tudo mais." 

Ao olhar para estas fotocópias, para os testes que ainda vou ter de corrigir, fico a pensar nisto tudo.
Das horas a mais que PERCO em reuniões sem resultado e sem lucro plausível para o meu trabalho. Das horas extraordinárias que ninguém paga mas que, pelo contrário nos DESCONTAM se faltarmos. Das injustiças que vemos acontecer e que a própria INSPECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO defende e ampara, demonstrando que a sua função não é proteger nem os alunos, e ainda menos os professores... Os tropas estão cansados e não há quem os defenda. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A proliferação das Artes Marciais



Hoje, enquanto ia ao carro buscar umas coisas, aproveitei para levar as minhas calças de treino de KravMaga (as únicas em bom estado de se apresentar na rua), e cruzei-me com um vizinho que saia da sua carrinha (a fazer publicidade da escola de Capoeira onde ele ensina), e mais abaixo cruzo-me com um moço brasileiro que anda sempre com as suas tshirts de Jiu-jitsu.
Tudo isto fez-me pensar, ao ponto de montar na minha mente mais uma divagação suficientemente elaborada para “Bloggar”, quase sem precisar de esforço.

No local onde leciono, tenho alunos que praticam Artes Marciais (Jiu-jitsu, Taekwondo e Capoeira), tenho alunos que são simplesmente Rufias e que só sabem bater, tenho os que tentam aprender o máximo de cada um (criando o estatuto de “Aluno Beta”, como já falei em tempos), e temos todos os outros alunos “vítima” ou “Omega”.

No meu tempo de juventude, tínhamos o Mestre de Karaté (Wado-Ryu), que chegou à localidade com outro Mestre (que mais tarde veio a ser o meu mestre de Wado-Kai), e que começam a ensinar o “KARATE” à criancinhas da localidade. Primeiro no INATEL, mais tarde na CASA DO POVO e por fim na SOCIEDADE FILARMONICA CARTAXENSE… foi assim durante anos. Inclusivamente, tive amigos meus que foram até ao Cinturão Negro e outros Castanho tendo começado já depois de eu sair (por desistência). Já naquela altura eu tinha curiosidade em experimentar, mas não havia mais nada por aqueles lados, a não ser a oferta de aulas de Karaté (era isso ou danças de salão, hehehe).

 Passaram estes anos todos e para além do Karaté Wado-Ryu, do Karaté Wado-Kai (um no Cartaxo e outro em Santarém), da Capoeira, do MuayThai, do KravMaga e um ou outro seminário em Keyshi, as ofertas ficaram cada vez mais à mostra (e só não testei Jiu-jitsu porque o kimono era muito caro e não compensava, se a ideia era só experimentar e perceber as bases).

Após todas estas décadas que se passaram deste o tempo em que tentava fazer a espargata como o VanDamme, fazer alongamentos de costas como o BruceLee, ter o estilo de serenidade do ChuckNorris e a posição de combate do SteveSegal, agora temos qualquer individuo (com boa ou má índole), a saber qualquer coisa sobre Artes Marciais:
- O Assaltante que saiba Artes Marciais, já fica a saber que a arma mais perigosa/poderosa fica para trás, e para a frente só vai o braço mais “fraco”, mantendo-se o máximo possível a longa distância da Vitima;
- O Assaltado já sabe que tem de manter a calma, parecer inofensivo e pacífico, para esperar o melhor momento de surpreender o seu atacante e impedir a concretização do acto;
- Qualquer Agente da Autoridade que vá resolver uma situação fica cada vez mais ciente que a pessoa que vai algemar, pode saber reverter um ArmLock e coloca-lo numa posição complicada de resolver;
- E as crianças, cada vez mais vão testando as suas capacidades umas nas outras… Porque a quantidade de DOJOS e de ESCOLAS e de GINÁSIOS (onde uma Arte Marcial vai de oferta, na compra de “X” horas de musculação e de cardio),  que não significa propriamente que está a ser feito pela pessoa com a melhor Filosofia de vida, nem a melhor Capacidade e Experiência, que um mero “diploma” adquirido de outro “diplomado” que fez uma formação no sitio “Y” que lhe deu o direito a “diplomar” outros, pior do que isso, POR DINHEIRO e como meio de SUBSISTÊNCIA.  Acaba-se aquela ideia romântica do Miyagi, que só ensinava a QUEM ele achava que merecesse e a QUEM ele achasse que precisasse (e como pagamento tinha o carro encerado e o chão afagado). 

Basta abrir o Youtube e ver o que anda por aí a ser vendido. Que aos olhos das pessoas inexperientes e sem noção do que é a realidade nas ruas, pensa que realmente as coisas acontecem assim… Se por um lado, temos muitas Artes Marciais, mais variadas e com mais Escolas, por outro lado, temos mais charlatanices, mais gato-por-lebre, a ensinar coisas perigosas a pessoas perigosas, ao mesmo tempo que ensina fantochadas as pessoas crentes.

Rádio Orbital - Online