A introdução da Inteligência Artificial (IA), na Educação como ferramenta tecnológica, exige uma noção muito mais profunda do seu significado ético, do que somente a simples ideia que é mais uma ferramenta informática. O princípio da justiça, que antigamente era erradamente entendido como ideia de “igualdade” entre pessoas, passou a ser uma busca por “equidade” tanto no acesso, como no tratamento e nos resultados atingidos com a ajuda dessa ferramenta. Tornando-se fundamental garantir que a Inteligência Artificial não vá reproduzir ainda mais desigualdades e sim uma buscar pela aprendizagem inclusiva e humanizada.
A nível metalético, a justiça da Inteligência
Artificial educativa, não se limita à conformidade com normas institucionais,
que nunca forma criada com vista a este novo cenário. Isso implicaria uma
interrogação sobre os valores que orientam os algoritmos, os dados que alimentam
as respostas e os contextos em que são aplicados. A justiça exige que se reconheça
a diversidade dos alunos, não só social, cultural, económica, como até cognitiva,
de forma a conseguirmos fugir da padronização excessiva a que esta forma de
funcionar nos levará, e assim fazer uma tentativa, que certamente será
frustrada, de evitar uma recriação do 1984, que tanta gente apregoava e
finalmente poderá vir a tornar-se real.
Perante tudo isto, a equidade irá
traduzir-se na capacidade de adaptar os sistemas às necessidades dos alunos, aprimorando
a representatividade, sem discriminação, respeitando a privacidade e os que os
resultados não reforcem estigmas e exclusões. A IA dever um instrumento de
ampliação de aprendizagem e não de vigilância ou segregação.
O princípio da justiça deve convidar-nos a pensar que a IA como uma ferramenta
educativa de construção de ambientes mais dialógicos, onde o conhecimento não
seja apenas transmitido, mas co-construído. Algo que eu tenho presenciado, em
muitos trabalhos que já experienciei com a IA, o trabalho que seja conjunto e
não só copiado e colado, mas construído em parceria. Por isso a justiça que
procuramos nesta dissertação, implica ter certos valores presentes, tanto na
programação dos sistemas, quanto na sua aplicação pedagógica, ou seja, haver
uma Escuta, um Cuidado e uma Responsabilidade.
Concluindo, a justiça na IA
Educativa, não é só uma exigência técnica, social ou legal, é uma necessidade
ética, que define que tipo de Educação queremos promover para as gerações vindouras.
Queremos uma Educação que reconhece cada aluno como um sujeito com direitos,
deveres, capacidade de aprender, capacidade de criar e de transformar, que
somente precisa de uma parceria, para co-criar o seu conhecimento.
Formação
IA e Ética: desafios e oportunidades
Formando – Gonçalo Faróia Alves

