terça-feira, 11 de novembro de 2025

A importância do princípio da justiça na utilização da IA em contexto educativo

 


A introdução da Inteligência Artificial (IA), na Educação como ferramenta tecnológica, exige uma noção muito mais profunda do seu significado ético, do que somente a simples ideia que é mais uma ferramenta informática. O princípio da justiça, que antigamente era erradamente entendido como ideia de “igualdade” entre pessoas, passou a ser uma busca por “equidade” tanto no acesso, como no tratamento e nos resultados atingidos com a ajuda dessa ferramenta. Tornando-se fundamental garantir que a Inteligência Artificial não vá reproduzir ainda mais desigualdades e sim uma buscar pela aprendizagem inclusiva e humanizada.  

A nível metalético, a justiça da Inteligência Artificial educativa, não se limita à conformidade com normas institucionais, que nunca forma criada com vista a este novo cenário. Isso implicaria uma interrogação sobre os valores que orientam os algoritmos, os dados que alimentam as respostas e os contextos em que são aplicados. A justiça exige que se reconheça a diversidade dos alunos, não só social, cultural, económica, como até cognitiva, de forma a conseguirmos fugir da padronização excessiva a que esta forma de funcionar nos levará, e assim fazer uma tentativa, que certamente será frustrada, de evitar uma recriação do 1984, que tanta gente apregoava e finalmente poderá vir a tornar-se real.

Perante tudo isto, a equidade irá traduzir-se na capacidade de adaptar os sistemas às necessidades dos alunos, aprimorando a representatividade, sem discriminação, respeitando a privacidade e os que os resultados não reforcem estigmas e exclusões. A IA dever um instrumento de ampliação de aprendizagem e não de vigilância ou segregação.  
O princípio da justiça deve convidar-nos a pensar que a IA como uma ferramenta educativa de construção de ambientes mais dialógicos, onde o conhecimento não seja apenas transmitido, mas co-construído. Algo que eu tenho presenciado, em muitos trabalhos que já experienciei com a IA, o trabalho que seja conjunto e não só copiado e colado, mas construído em parceria. Por isso a justiça que procuramos nesta dissertação, implica ter certos valores presentes, tanto na programação dos sistemas, quanto na sua aplicação pedagógica, ou seja, haver uma Escuta, um Cuidado e uma Responsabilidade.

Concluindo, a justiça na IA Educativa, não é só uma exigência técnica, social ou legal, é uma necessidade ética, que define que tipo de Educação queremos promover para as gerações vindouras. Queremos uma Educação que reconhece cada aluno como um sujeito com direitos, deveres, capacidade de aprender, capacidade de criar e de transformar, que somente precisa de uma parceria, para co-criar o seu conhecimento.

                        Formação IA e Ética: desafios e oportunidades

Formando – Gonçalo Faróia Alves

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