segunda-feira, 28 de maio de 2018

Liderança pelo Exemplo

Já desde o tempo de Salazar que o Povo Português deixou de ter um exemplo de liderança politica, como algo que era constituído por uma imagem de Verdade, Coragem, Capacidade e... Exemplo. Se fazia parte da propaganda ou não, pouco interessa, o que interessa é que as pessoas olhavam para os seus lideres com uns olhos que hoje em dia, nos nossos políticos, vemos tudo MENOS ISSO. Notava-se uma preocupação em que qualquer líder tinha de ser um exemplo de "Pai da Nação" e assim se regiam até mesmo os lares familiares.

Também nas escolas Portuguesas se seguiam esses exemplos... As próprias localidades tinham um Padre, um Professor (normalmente Srª Professora) e mais um ou outro magistrado que seriam as Autoridades imaculadas daquela localidade. Nos tempos antigos, era uma vergonha se um Líder fosse encontrado em falta, ou a mentir, ou a enganar fosse quem fosse. Entrava em desgraça porque mais ninguém acreditaria nele e, naquele tempo, a PALAVRA era muitas vezes a única e mais importante riqueza que qualquer um poderia ter. Podia até namorar com a sobrinha do padre e ser casado, mas todas a gente sabia e não precisava de mentir... enfim. Entra o 25 de Abril, e cedo se começa com a aceitação de uma mentirazinha aqui, recebe-se um perdãozinho ali, e a situação foi crescendo:
- A ponte Salazar afinal era 25 de Abril e toda a gente aceitou... ou era fascista também
- Os livros da propaganda terão de ser queimados e toda a gente aceitou... ou então era fascista também.
- Criaram-se as frases feitas e fáceis de decorar: "Fascismo nunca mais.", "O Povo é sereno.", "Queres Salazar vai ter com ele...", "Passei muita fome durante a Ditadura... mas nasci em 76.", etc etc etc.
Todas estas evoluções socais e culturais, foram crescendo até chegarmos ao "Método Socrático" de fazer politica... mas disto não quero falar... HOJE.


Entretanto, na Educação, criaram-se os Directores para assumir a "divina" tarefa de comandar os Agrupamentos de Escolas. Agrupamentos esses que entretanto deixaram de ser constituidos por Conselhos Executivos em que toda uma equipa assumia responsabilidades mas passou a ser uma só pessoa a ter a noção de que a responsabilidade do que corresse mal seria exclusivamente sua. Isto leva-os a não confiar nos seus subalternos, a não delegar tarefas e a concentrar em si a maioria das tarefas... Logo aqui, o que resulta é uma total INCAPACIDADE, INCUMPRIMENTO, INSUCESSO, INSTABILIDADE, etc. Para além disso, nem sempre um Director se faz rodear pelos mais cumpridores e mais competentes, mas sim pelos "lambe botas" e pelos "obedientes sem opinião", mais um prego no caixão desta forma de liderança.


Há uns anos atrás, depois de algumas experiências como "Líder" e de muitas mais experiências como "Liderado", decidi debruçar-me sobre isso e escrever algo que achei interessante:

- Primeiro no texto de O a-b-c-do-bom-coordenador de 15 de Janeiro de 2010

- E mais tarde no texto Não-ter-perfil-para-o-cargo, já em 2015 mediante a observação de novos factos.


A minha forma de pensar limita-se à ideia que um Líder deve saber liderar e não saber mandar, concentrando em si todas as tarefas, e depois não conseguindo cumprir nenhumas decentemente:
- Não deve pressionar os seus subalternos a cumprirem aquilo que ele próprio não está a conseguir fazer cumprir. Mais do que ser competente a fazer as coisas, um líder deve saber dar o exemplo e inspirar os seus subalternos a darem o melhor de si.
- Deve libertar os seus companheiros/subalternos para que cumpram as suas tarefas com segurança no que estão a fazer, com meio palmo de testa para pensarem no resultado final e assim poderem defender as suas decisões e tomá-las em consciência.
- Delegar neles tarefas que o ajudem a ter sucesso nas suas funções. Pensar antecipadamente nas situação que precisam de ser preparadas e não funcionar só à base do momento presente, que só vai causar pressão, pressa e descontentamento nas pessoas, culminando em maus resultados finais.

Mas sobretudo e talvez seja a mais importante das preocupação... nunca, mas NUNCA, recorrer à mentira para se desculpar e para justificar as suas atitudes. Os Bancos mentem, os Políticos mentem, os Imobiliários mentem..


A MENTIRA está tão entrosada na nossa sociedade, que quando nasce com pénis, a criança já vem a dizer que é menina e que tem direito a mudar de sexo... mas isso, é assunto para outro dia.

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