Também nas escolas Portuguesas se seguiam esses exemplos... As próprias localidades tinham um Padre, um Professor (normalmente Srª Professora) e mais um ou outro magistrado que seriam as Autoridades imaculadas daquela localidade. Nos tempos antigos, era uma vergonha se um Líder fosse encontrado em falta, ou a mentir, ou a enganar fosse quem fosse. Entrava em desgraça porque mais ninguém acreditaria nele e, naquele tempo, a PALAVRA era muitas vezes a única e mais importante riqueza que qualquer um poderia ter. Podia até namorar com a sobrinha do padre e ser casado, mas todas a gente sabia e não precisava de mentir... enfim. Entra o 25 de Abril, e cedo se começa com a aceitação de uma mentirazinha aqui, recebe-se um perdãozinho ali, e a situação foi crescendo:
- A ponte Salazar afinal era 25 de Abril e toda a gente aceitou... ou era fascista também
- Os livros da propaganda terão de ser queimados e toda a gente aceitou... ou então era fascista também.
- Criaram-se as frases feitas e fáceis de decorar: "Fascismo nunca mais.", "O Povo é sereno.", "Queres Salazar vai ter com ele...", "Passei muita fome durante a Ditadura... mas nasci em 76.", etc etc etc.
Todas estas evoluções socais e culturais, foram crescendo até chegarmos ao "Método Socrático" de fazer politica... mas disto não quero falar... HOJE.
Entretanto, na Educação, criaram-se os Directores para assumir a "divina" tarefa de comandar os Agrupamentos de Escolas. Agrupamentos esses que entretanto deixaram de ser constituidos por Conselhos Executivos em que toda uma equipa assumia responsabilidades mas passou a ser uma só pessoa a ter a noção de que a responsabilidade do que corresse mal seria exclusivamente sua. Isto leva-os a não confiar nos seus subalternos, a não delegar tarefas e a concentrar em si a maioria das tarefas... Logo aqui, o que resulta é uma total INCAPACIDADE, INCUMPRIMENTO, INSUCESSO, INSTABILIDADE, etc. Para além disso, nem sempre um Director se faz rodear pelos mais cumpridores e mais competentes, mas sim pelos "lambe botas" e pelos "obedientes sem opinião", mais um prego no caixão desta forma de liderança.
Há uns anos atrás, depois de algumas experiências como "Líder" e de muitas mais experiências como "Liderado", decidi debruçar-me sobre isso e escrever algo que achei interessante:
- Primeiro no texto de O a-b-c-do-bom-coordenador de 15 de Janeiro de 2010
- E mais tarde no texto Não-ter-perfil-para-o-cargo, já em 2015 mediante a observação de novos factos.
A minha forma de pensar limita-se à ideia que um Líder deve saber liderar e não saber mandar, concentrando em si todas as tarefas, e depois não conseguindo cumprir nenhumas decentemente:
- Não deve pressionar os seus subalternos a cumprirem aquilo que ele próprio não está a conseguir fazer cumprir. Mais do que ser competente a fazer as coisas, um líder deve saber dar o exemplo e inspirar os seus subalternos a darem o melhor de si.
- Deve libertar os seus companheiros/subalternos para que cumpram as suas tarefas com segurança no que estão a fazer, com meio palmo de testa para pensarem no resultado final e assim poderem defender as suas decisões e tomá-las em consciência.
- Delegar neles tarefas que o ajudem a ter sucesso nas suas funções. Pensar antecipadamente nas situação que precisam de ser preparadas e não funcionar só à base do momento presente, que só vai causar pressão, pressa e descontentamento nas pessoas, culminando em maus resultados finais.
Mas sobretudo e talvez seja a mais importante das preocupação... nunca, mas NUNCA, recorrer à mentira para se desculpar e para justificar as suas atitudes. Os Bancos mentem, os Políticos mentem, os Imobiliários mentem..
A MENTIRA está tão entrosada na nossa sociedade, que quando nasce com pénis, a criança já vem a dizer que é menina e que tem direito a mudar de sexo... mas isso, é assunto para outro dia.
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