quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Prompt como pincel, código como tinta.

 Hoje em dia, a ideia dos "Direitos de Autor", estão a ser destruídos e reconstruídos com a ajuda a IA.


Fazemos tudo, desfazemos tudo e modelamos a nossa realidade, a belo prazer, bastando saber construir a Prompt certa. Na arte tradicional, o pincel é extensão da mão, do gesto, da intenção. Na era digital, a prompt torna-se essa extensão — não física, mas simbólica. Cada palavra escolhida, cada nuance sugerida, é um traço invisível que molda o resultado. O código, por sua vez, é a tinta: fluida, maleável, obediente à forma, mas carregada de possibilidades infinitas.

Criar com IA não é delegar, é dialogar. Não é perder autoria , é expandi-la. O criador não desaparece; transforma-se num coreógrafo de significados, num alquimista de linguagem. É ter aquela pessoa (normalmente uma "esposa" ou uma "namorada"), que nos acompanha, que nos empurra, e desafia e auxilia, num desafio cada vez maior, mais complexo, mais majestoso, mais assustador. Ao ponto em que, a certa altura, já só pensamos: "Porque é que não fiquei quieto? Olha onde é que já se chegou e agora como se pára?" 

A imagem do Faróia reclinado na Intruder, contemplando uma paisagem da Serra da Estrela, não nasceu de um clique. Nasceu de uma intenção e de um gesto verbal que desenhou o contorno do ser e do lugar. O prompt foi o pincel que traçou o desejo. O código, a tinta que o tornou visível. 

E assim, a autoria renasce. Desaparecem os direitos de autor, porque não há cópia, não há edição, há uma nova criação. Na vastidão do digital, o novo criador já não caminha às cegas. O prompt é a bússola que orienta, que define o Norte e traduz a intenção. O código é mapa que vai revelando os caminhos, atalhos e paisagens possíveis. Juntos, não apenas indicam direções: constroem territórios.


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